Fim de ano chega e é inevitável ouvirmos comentários do tipo:
- “Nossa, este ano passou voando!”
- “Cada ano está passando mais rápido!”
- “ Puxa, nem deu tempo de cumprir minha lista de metas para este ano e já está na hora de revisá-la para o próximo.”
Mas será que passou mais rápido mesmo?
Tenho uma novidade para você: esse ano não passou mais rápido não, ele continua tendo seus 365 dias (ops, 2020 366) – ah, e o dia também não passou mais rápido não; ele continua com as mesmas conhecidas e velhas 24 horas.
- Mas, por que vivemos com essa sensação de que o tempo é sempre curto?
- Por que vivemos correndo, e por que queremos chegar logo sei lá onde?
Estamos sempre com pressa e, como se não bastasse a nossa urgência, tudo à nossa volta contribui para isso.
Ao invés de ganharmos tempo a sensação é oposta
Temos à disposição serviços para fazer as coisas mais rápido:
- Fast food, delivery,
- Fast fashion,
- Compra pela internet –
Tudo para não perdermos tempo: nas lojas, no trânsito etc.
Agora lhe pergunto:
- O que você fez com o tempo que ganhou deixando de ficar na fila do banco porque conseguiu fazer seus pagamentos e depósitos online?
Onde foi parar o tempo que você ganhou?
Um tempo atrás, li no livro Sapiens – uma breve história da humanidade (super recomendo) um trecho que me marcou bastante e que falava exatamente do que se costuma fazer quando se tem um tempo sobrando.
O homem criou a máquina de lavar porque as pessoas passavam muitas horas nos rios lavando as roupas. E aí? O que fizeram com as horas que ganharam com essa moderna invenção? Usaram para trabalhar mais para comprar a tal máquina.
E é bem assim que vejo nosso dia a dia: estamos sempre “correndo atrás do prejuízo”. Para quê?
O precioso tempo que não volta
Trabalhamos muito para podermos dar de tudo para nossos filhos, para que não lhes falte nada(e aí falta o que eles mais prezam, usufruir de precioso tempo com eles).
Trabalhamos muito para termos mais conforto em casa, um belo sofá, uma TV de última geração, mas não temos tempo para sentar e assistirmos a um filme, pois estamos ocupados demais juntando dinheiro para pagar os bens que adquirimos.
E a gente anda com falta de tempo para muita coisa, por exemplo:
- Ler um rótulo e ver se o alimento é o mais saudável;
- Para repensar sobre comprar uma roupa só porque está barata (e eu estou sem tempo para procurar, escolher, mas tenho que ter algo novo pra vestir no Natal).
- Jogo o lixo em qualquer lixeira porque não deu tempo para ver se tinha outra para o lixo reciclável;
- Uso a sacola plástica porque não tive tempo de voltar no carro e pegar a minha retornável;
- Envio uma mensagem curtinha de voz, bem rapidinho, pois falta tempo para ligar … e por aí vai.
Que tal diminuirmos o passo, reduzirmos a velocidade?
Que tal pararmos um pouquinho?
Pararmos para respirar, para olhar para o outro, para analisarmos nossas escolhas.
Vamos desacelerar e admirar a paisagem, prestar atenção a quem está à nossa volta, vamos tirar um tempo para cuidarmos de nós mesmos, da nossa família, dos nossos amigos, da nossa casa…
Que no seu próximo ano você possa saber dizer para onde foram os 365 dias – e que eles sejam preenchidos com coisas boas, leves e verdadeiras, pois, com ou sem pressa, chegaremos lá (onde quer que seja esse lá).
A diferença na velocidade é também uma excelente oportunidade para você contemplar a riqueza e a variedade da paisagem.
Feliz, falante, abençoada por Deus e apaixonada pela natureza. Propósito na vida: deixar o mundo melhor incentivando as pessoas a serem mais conscientes em relação ao meio ambiente através de pequenas mudanças de hábitos e da leitura de livros inspiradores.