”Não Incomode As Crianças Quando Estão Andando De Skate” – 11/12

Escola da Vida na Pista de Skate 

Dentre as valiosas regras apresentadas por Jordan B. Peterson em seu livro “12 Regras Para a Vida”, há uma que ressoa de forma marcante: não perturbe as crianças quando estão andando de skate. Essa regra, que considero um verdadeiro manual de resiliência com coragem, é parte de uma série de princípios que explorei nos artigos anteriores aqui em nosso blog.

Desenvolvendo a coragem

Permitir que as crianças brinquem de skate é um serviço para o desenvolvimento delas. É uma oportunidade para aprender a superar os desafios, desenvolver a coragem, resiliência, foco, concentração, tudo isso junto e misturado, enquanto se divertem correndo riscos como toda criança gosta de fazer.

Ao observar as crianças equilibrando-se nas rampas, enfrentando medos, quedas e arranhões enquanto desenvolvem sua coragem está sendo um baita incentivo a ousadia, criatividade, agilidade, determinação entre outras virtudes.Entretanto, muitos pais, sem perceber, retiram essa experiência valiosa por pensar que estão protegendo seus filhos, esquecendo que as quedas na vida adulta podem ser muito mais dolorosas do que aquelas na pista de skate.

Quando o medo paralisa

Recordo-me de uma experiência pessoal com o snowboard  aos 46 anos. Sentada no teleférico, olhando para aquela prancha nos meus pés, imaginando o pulinho que teria que dar para sair do teleférico, percebi o medo que sentia e sem perceber comecei a me contagiar por ele, infelizmente o medo venceu naquele dia de forma totalmente consciente.

Enquanto várias crianças (algumas de apenas 3 aninhos) se divertiam ao meu redor, destemidas, expressando sua coragem de forma linda e admirável, eu me sentia incapaz, aceitei aprendendo muito com a situação..

Esse momento me fez refletir: será que teria tido mais coragem se tivesse aprendido a andar de skate quando criança?

Uma experiência transformadora…

Recentemente um menino, meu vizinho (mas não o conhecia),  acho que ele deve ter 9 ou 10 anos de idade, caiu em frente de casa enquanto andava de skate, me aproximei para ver se precisava de gelo ou algum curativo, felizmente foram apenas arranhões e pude perceber o quanto ele disfarçava uma vontade de chorar não só pelo susto da queda, como por sentir um certo embaraço.Enquanto se recuperava do susto, mostrei a ele uma cicatriz que tenho na perna por ter caído de bicicleta dizendo que as quedas bruscas trazem uma dor ardida na hora, mas o lado bom é que passa rápido e logo iria passar, quando prontamente me respondeu: “verdade, já está passando”.

A teoria na prática

Perguntei se poderia me sentar ao seu lado enquanto a dor passava, ele acenou concordando e ficamos ali sentados conversando alguns minutos sobre os planos do Halloween que se aproximava, ofereci umas balas que havia comprado para o dia das bruxas, ele aceitou prontamente esboçando um sorriso. Ao nos despedirmos lhe disse: “lembre-se sempre que a dor não só passa como já passou e o lado bom desta experiência é que descobriu o quanto você é CORAJOSO. Pode aprender com esta queda, talvez precise desenvolver um pouco mais de habilidade na manobra que o fez cair, mas o mais importante; descobriu que cair sempre tem um aprendizado e cada erguida da queda carrega o sabor da resiliência e da coragem”.

“Acho que nos tornamos amigos”

No Halloween, ele bateu a nossa porta para a tradicional “doçuras ou travessuras” apresentando sua mãe que me agradeceu pelo filho se sentir herói de si mesmo no dia que havia se “machucado”.

Na verdade, eu é que me senti grata por testemunhar a prontidão do garoto em superar seu medo tão rapidamente ativando a coragem para seguir em frente desenvolvendo a resiliência.

*Confesso; foi bom foi ter lido esta regra antes do incidente, assim pude experienciar na prática o que aprendi no livro.

Acertos e erros

Na escola vida todos nós cometemos acertos e erros, precisamos apenas aprender com eles, nos engajando para aplicar tais aprendizados para os próximos desafios e para isso é fundamental enfrentarmos e identificarmos o medo.

Como nas manobras do skate; quanto mais se pratica, melhor fica.

Não levar o medo a sério….

A beleza desta regra é encarar de forma “divertida” nossos medos, nutrir  a coragem para construir a resiliência nas provas da escola da vida. É um lembrete valioso de que o medo pode ser um obstáculo, mas também uma oportunidade de crescimento.

Até a próxima e última regra: ” Acaricie Um Gato Quando Encontrar um na Rua” que está muito especial.

Com amor

Adriana Jarva

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