Aprendendo a aprender

Neste artigo de hoje compartilho com vocês parte da minha jornada que tem sido com bons desafios e inúmeros aprendizados, como é para a maioria das pessoas. Poder observar como algumas pessoas lidam com seus desafios tem me ajudado muito, por isso gostaria de retribuir com uma parte da minha história.

Contextualizando e resumindo esta “ópera”: tenho 51 anos, moro em Utah nos EUA, mas aos 45′ (do segundo tempo), exatamente nesta idade minha vida virou do avesso; tive uma separação causada por estresse em querer ter filho e por eu não ter conseguido, seguido de uma demissão no trabalho. Meu filho já estava com 25 anos nesta época, iniciando vôos para sua vida independente e tudo isso contribuiu para que eu parasse. Decidi fazer um sabático e aprender inglês nos Estados Unidos.

Vida nova: nova língua, nova cultura 

O primeiro aprendizado repare; foi parar para cuidar de mim e aprender inglês. O segundo foi descobrir que eu não falava inglês, mas achava que sabia o básico, só que não e iniciei no primeiro nível em Los Angeles.

Um mês depois de estar morando e estudando em LA, uma amiga me convidou para conhecer Utah, foi quando conheci meu marido Mark e a nossa primeira comunicação foi até engraçada pois nossa amiga em comum precisou traduzir nossa primeira conversa e o amor mudou nosso destino.

O Google tradutor foi o nosso amigo por muito tempo e nos ajudou muito, mas também nos trouxe algumas complicações devido equívocos, erros e traduções que não faziam sentido, ou seja, usar o google tradutor também requer aprendizado.

A cultura americana é bastante diferente da cultura brasileira, aqui você aprende logo quando chega no país, basta observar a sua volta; por exemplo, dirigir carros aqui precisa ter uma certa distância de um carro para o outro, oposto da cidade de São Paulo (de onde venho), lá os carros são praticamente colados, um atrás do outro.

Distanciamento aqui nos EUA vale para muitas coisas; desde filas nos estabelecimentos até estar em grupos, ou seja o distanciamento social sempre existiu, mesmo antes da pandemia, as pessoas não se abraçam, não se beijam em público como fazemos no Brasil, tudo isso é parte da diferença cultural que venho aprendendo, não pensem que eles são frios, pois eles não são, ao contrário, são muito especiais e carinhosos do jeito deles.

Nova profissão

Me formei no Brasil em Jornalismo, também tenho MBA em Marketing (esses diplomas hoje estão em uma gaveta e estou muito bem resolvida com isso).

Trabalhei 23 anos em renomados veículos de comunicação em São Paulo, mas com a mudança de país e de vida, comecei a me reinventar sem saber direito com o que iria trabalhar aqui, apenas comecei e fui testando; testei fazer comida brasileira,marmitex, brigadeiros, beijinhos para casamentos, mas não era isso.

Quando morava no Brasil, praticava yoga e amava, mas devido a mudança de país parei de fazer e sentia muita falta.

Certo dia minha enteada comentou sobre um estúdio de yoga perto de casa, comecei a frequentar e para minha alegria, retomei minhas práticas.

Logo me identifiquei com uma excelente professora (Alissa Kepas) que tem uma escola que forma professores, a qual me formei e me tornei instrutora de yoga.

Aos 50 anos me graduei em dois novos cursos (Kundalini e Vinyasa flow – 300 horas). Me “re”- encontrei no yoga, sinto que essa é a minha missão. Criei um estúdio YogaOmline e dou aulas pelo zoom para brasileiros que moram em todos os cantos do mundo. Pretendo expandir as aulas, além de português, também para inglês com o intuito de atendermos várias nacionalidades.

Ser madrasta

Uma experiência nova é aprender a ser madrasta, só que em outra língua, com outra cultura. Meus enteados são lindos e também já são adultos; uma menina de 25 anos e um menino de 22 anos, ambos moram conosco.

Não digo que o processo foi, ou que ainda seja fácil porque não é, mas onde tem amor, tem tudo. Sinto que o amor é o caminho e a transformação.

Um processo de aprendizado diário, de respeitar o espaço alheio e ao mesmo tempo me posicionando para que respeitem o meu espaço. É interessante porque aqui em casa cada um tem uma personalidade completamente diferente do outro, não é fácil, mas percebo que é possível viver bem e o quanto venho aprendendo com o diferente.

Aprendendo com os desafios

Os desafios servem para nos fortalecer, ou para descobrirmos nossa coragem e  também que somos muito mais capazes do que imaginamos.

No final de semana passado, iniciamos um novo desafio em família; meu enteado foi diagnosticado com diabetes nível 1 (é o mais raro e o pâncreas não funciona porque não produz insulina).

A vida dele está mudando e estamos aprendendo muito como viver da melhor forma possível com todas essas novas mudanças. Estamos vivendo todos processos; aceitação, incluindo a montanha russa de emoções, sentimentos e muitos aprendizados pela frente.

Aprender pode ser divertido, ou não…

Ser divertido é uma escolha, mas também é um exercício diário e muitas vezes a responsabilidade precisa assumir o comando e trazer a leveza junto e isso também se aprende, ou seja, tudo se aprende praticando.

Penso que vida é como um jogo de vídeo game (apesar de não ser uma jogadora), todos sabemos que para se passar de fase, é preciso praticar e criar na mente as sinapses necessárias, que são os aprendizados para nos tornarmos cada vez melhores.

Aprendendo, praticando…desaprendendo, reaprendendo…sim, exercitar e praticar todos esses processos.

Humildade

“Só sei que nada sei” (Sócrates)

Parece que a humildade anda meio fora de moda, pois percebemos principalmente nas mídias sociais muitas pessoas cheias de opiniões pessoais, achismos, criticando, polarizando, cancelando, ao invés de perceber que podemos aprender com as diferenças do outro.

Temos dificuldades em dizer: “eu não sei sobre tal assunto”, nosso ego sempre responde, “mas o ego nada sabe, apenas finge acreditar que sabe (TAO)”.

 

 

 

Pensar diferente e ser diferente pode ser muito enriquecedor, pois nos faz questionar a nós mesmos, pois quando temos certezas absolutas e nos sentimos os donos da verdade, podemos nos cegar e nos perder de nós mesmos.

Aprender é um exercício diário, basta querer mas requer humildade  e esta também se aprende, praticando.

Encerro o artigo te convidando a experimentar por alguns minutos do seu dia, ou algumas horas, ou por algumas semanas a dedicar um tempo para VOCÊ não fazer nada, não aprender nada. Apenas reserve um tempo para olhar para dentro de si em busca do que deseja , sentir a sua essência, pois o que você busca está dentro de você e não fora.

Silencie. Medite. Descubra a sua semente divina e todos os  demais aprendizados, desaprendizados e reaprendizados começam fazer total sentido.

Este conteúdo também está disponível no Instagram @adrianajarva em forma de live!!

Com amor e gratidão, até o próximo artigo!!!

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