Viver ou sobrevive no mundo corporativo?

SE… A PRESSÃO DO TEM QUE…

Já perceberam a quantidade de imposições que nos são feitas atualmente? Você precisa seguir os padrões de beleza, de status social, de formar uma família até X anos, ocupar uma posição em uma empresa após X tempo. Se está há tanto tempo em um cargo sem nenhuma alteração, há algo a ser revisto.

Se tem 40 anos e está reprogramando sua carreira, quanto tempo perdido! Se tem 30 e ainda não tem essa clareza, provavelmente é filhinho de papai e pode se dar ao luxo. Se você vive com mais intensidade sua carreira, com certeza está pecando em outra.

Se é de esquerda, é porque é de tal forma, se é de direita, de outra. Se tem essa religião (…), se tem essa opção sexual (…), se opta pela legalização (…) blá blá blá blá.

Essa lista pode ser extensa. Interminável. Cheia de verdades absolutas que muitas pessoas construíram ao longo da vida.

VOCÊ JÁ SE PERGUNTOU ?

A primeira pergunta é: qual dessas verdades corresponde a algo que você realmente acredita ou algo que você foi doutrinado a pensar?

Quantas vezes você se permitiu ouvir a opinião de alguém com a simples curiosidade de entender o que o outro pensa? Sem querer rebater a todo tempo (mental ou verbalmente) a cada final de frase?

Quanto de incomodo você já sentiu ao ler essas frases?

VAMOS REFLETIR JUNTOS

Meu questionamento aqui é sobre quem é você realmente, versus qual parte de você é um reflexo inconsciente do ambiente onde você vive ?

Na área de desenvolvimento de habilidades e soft skills, nessa transformação digital e nesse mundo VICA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), me deparo constantemente com pessoas infelizes, incompletas, que dependem de medicamentos para dormir, acordar, etc.

Estamos à beira de um colapso e o mundo corporativo ainda olha com tabu (sem generalizar, obviamente) estes assuntos.

Mas tive uma oportunidade recente de vivenciar experiências de transformações incríveis que permitem uma reflexão com a profundidade que esse mundo atual exige e, óbvio, compartilho com vocês meus insights, aprendizados e aplicações práticas no dia a dia.

COMO ANDA SUA AUTENTICIDADE ?

A grande questão desse tema é: como viver com autenticidade (fazer calar a pressão exterior e vivenciar a paz de trilhar seu caminho) versus o que as empresas, o mundo exige de nós?

O primeiro aprendizado é que não necessariamente precisamos vivenciar esse conflito.

De duas a uma: se você está em uma organização que não te completa, ou você está aí exatamente para fazer a diferença ou realmente este não é seu ambiente.

FATORES EXTERNOS X VALORES INTERNOS

Em qualquer que seja o cenário, ele pode ser construtivo e te ensinar muito. Já vivi ambos os cenários e posso afirmar: é a mudança de mindset que te fará aproveitar o melhor disso. A voz do outro perturba com mais intensidade se não compreendemos os seguintes aspectos:

Por que: entender melhor a organização e a direção que precisa ser seguida, os valores centrais, as estratégias e o que se espera de você.

COMO VISUALIZAR O PROBLEMA ?

Quando você está em uma posição mais alta hierarquicamente, isso é mais fácil de visualizar. Para profissionais de linha de frente, você precisa ir atrás dessa clareza (muitos líderes ainda não são capacitados para exercitar essa comunicação tão clara – e tudo bem – e geralmente comunicam tarefas a serem feitas e pouca informação do por que delas).

Essa clareza não pode estar restrita ou difusa, caso contrário você irá se frustrar com mais frequência do que realmente precisaria. Você precisa entender seu papel na organização e o que se espera de você e sua área. Até para que possa exercer um papel pensante.

Acredite, isso influencia diretamente na sua motivação ao longo do tempo (o sentimento de reconhecimento e pertencimento que tanta falta faz está ligada à sua clareza do seu papel X sua entrega).

IDENTIFICANDO O FOCO DA EMPRESA

Para quem: quem é o cliente principal da sua organização. É o investidor? O cliente final? Seu chefe?

Aqui, desprovida de intenção de julgar o que é certo ou errado, você precisa entender qual é o foco da organização onde trabalha. Isso é decisivo para você organizar suas prioridades e melhorar seu senso de produtividade.

CUIDADOS IMPORTANTES

Caso contrário, acabamos por apagar incêndios diariamente. E aquela sensação exaustiva de ineficácia e fragilidade começa a fazer parte de você. Perigoso. Altamente perigoso. Muita gente se sente “um ratinho correndo em um labirinto” por esses motivos.

DETALHES QUE FAZEM A DIFERENÇA

Como: às vezes, igual ou mais importante do que O QUE fazemos, O COMO fazemos é o que vai determinar em grande medida se você vai construir parceiros, ou “brigar” com as áreas para que as coisas sejam feitas.

DIARIAMENTE (leia em tom de separação de sílabas, porque esse é a intensidade do desgaste).

SENDO HONESTO COM VOCÊ

Algumas perguntas para avaliar se o seu “COMO” está bem: você gostaria de trabalhar com alguém com os seus comportamentos recentes?

Você confiaria em alguém que cumpre os prazos que você cumpre?

Se você fosse seu próprio líder, gostaria de trabalhar com você?

Você está orgulhoso(a) do tipo de influência que está exercendo?

Quando nos fazemos essas perguntas, todas as falsas verdades vão embora. Não importa porque você chegou nesse estado nem de quem é a culpa.

AGIR OU REAGIR?

A questão é como você age. E os resultados que tem colhido por essas escolhas.

Essa tomada de consciência dá muita clareza sobre o que mudar (se a tentação de culpar alguém vier à sua mente, volte duas casas e leia os três itens novamente 😉).

Não adianta falar de autenticidade sem expandir a consciência para as questões acima. Elas são valiosas.

E a pergunta: “Má, mas isso é tão óbvio, onde as pessoas se perdem?” Ah, adoro essa parte! 😊

Vejo dois pontos a serem questionados:

Julgamento

Excesso de julgamento superficial sobre a atitude do outro e pouco foco naquilo que você tem total controle. Terceirização da responsabilidade sobre a mudança.

E aqui, por favor entenda: não estou minimizando os desafios culturais das organizações. Acompanho diariamente inúmeras realidades e sei que é mesmo desafiador.

O fato é que gastamos o que temos de mais precioso: tempo e energia sobre o que não temos controle. Aí te garanto, não há resiliência que sobreviva à tamanha autodestruição/ vitimização.

Ego

Uma palavrinha tão pequena, mas tão emblemática e cheia de significado.

As pessoas querem vencer as discussões, fazer as próprias ideias prevalecerem ao invés de verdadeiramente focar no melhor resultado e no objetivo maior. Desde que não afete seu bem-estar, todas as mudanças são bem vindas.

Muito eu, pouco nós. Prefiro estar certo a ficar em paz.

Um exemplo que sempre uso é: ficar aborrecida se o computador apresenta defeitos e volta a funcionar assim que o técnico chega.

Oras, se o objetivo era voltar a funcionar, não importa que ele não tenha feito nada. Mas se quero ter razão, o computador realmente precisa apresentar defeitos para justificar minha decisão de chamar o técnico, certo? Será?

CUIDADO COM AS PEQUENAS ARMADILHAS

É em armadilhas sutis que o ego se apresenta. Uma necessidade tão grande de autopromoção ao invés de focar em verdadeiramente realizar coisas.

E o ego, assim ilusoriamente inflado, precisa cada vez mais do outro e esquece de verdadeiramente ser.

E sem a expansão da consciência, permanecemos na constante defensiva. Nos constantes combates. Desgastes e perdas de saúde. A conta chega – emocional e física.

 

https://www.youtube.com/watch?v=6cL0i3gkZsM

Isto posto, volto à questão inicial: como então potencializar minhas capacidades sem me contaminar pelos desafios do mundo corporativo?

Mais de 50% de todas as empresas Fortune 500 do ano 2000 já não existem mais, segundo pesquisa da ADP.

Já temos evidências objetivas de que esse antigo formato de business, assim como a forma de pensar das pessoas do mundo corporativo também está obsoleto.

Com base nestes 15 anos de atuação no mundo corporativo (e sem querer parecer simplista, mas dando uma visão mais generalizada dos conceitos), aponto três fatores iniciais de alto impacto:

Clareza de propósito

Se você é dependente de afirmações e reconhecimento, você não sabe por que faz o que faz. Se souber, a voz externa passa a ter pouco poder sobre você).

Auto-conhecimento

Entenda como os fatores acima alteram sua percepção da realidade e interferem na percepção de valor que você tem.

Senso de cooperação

Se você faz algo porque o outro merece, está agindo puramente por julgamento. Se faz porque é correto, está fazendo pela consciência).

 

AUTENTICIDADE X APRENDIZADO

Se você pudesse se avaliar nessas questões, que conclusões e insights pode tirar das mudanças imediatas que pode fazer na sua vida sem depender de ninguém?

A vida está acontecendo debaixo dos nossos olhos, enquanto dedicamos tempo para culpar os outros pelas mudanças que desejamos em nossa vida.

SAÚDE, NOSSO MELHOR PATRIMÔNIO

Não dá mais para viver assim. Nossa saúde mental, física e psicológica pede por mudanças. É agora. Neste minuto. Sente o poder nessas palavras? Me arrepio escrevendo isso. Talvez por estar vendo de perto os resultados das pessoas que aderiram à essas potentes transformações.

E você? Vai ficar aí esperando o que? O que precisa perder para perceber que já tem tudo o que precisa?

Dia após dia, sem julgamento, mas com toda a possibilidade que nossa mente nos proporciona de transformação a cada dia.

É lindo quando damos o primeiro passo. Depois nos conte como foram os outros. Vamos juntos?

Com amor, inspiração e um profundo suspiro,

Marcela Prado