Em época de calor e retorno das chuvas, o mosquito Aedes Aegypti nada de braçadas.
Ele é o principal transmissor de doenças como dengue, chikungunya , febre amarela e zika.
Contrair o zika vírus na gravidez é o grande temor de muitas atuais e futuras gestantes.
E a razão é mais do que justificada: o vírus pode causar problemas nas mamães e graves consequências para os bebês.
Em 2018, o Brasil registrou cerca de 7 mil casos prováveis da doença, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.
Em 80% dos casos, o zika não apresenta sintomas e pode passar despercebido.
Em gestantes, porém, a doença é considerada grave, pois pode haver associação com microcefalia nos fetos.
Assim, seguem algumas dicas para evitarmos este contágio.
O que é o zika virus?
Trata-se de um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Os primeiros casos registrados no Brasil aconteceram em 2015. Além do zika, este mosquito transmite também dengue, febre amarela e chikungunya.
Qual é o risco?
De acordo com infectologistas, cerca de 30% das mulheres que contraem o zika na gestação, apresentarão malformações fetais, sendo a microcefalia a mais frequente delas. O maior risco de alterações no feto se dá quando o zika é adquirido nos primeiros três meses da gravidez.
Cuidados para evitar o contágio
Não existe ainda vacina contra o zika, e a única forma de se proteger é evitando a picada do mosquito transmissor. Para isto, algumas dicas podem ser úteis no controle deste vetor:
- Repelentes com reaplicações frequentes, para o casal, em todas as áreas expostas, principalmente nas pernas e pés. De preferência, use produtos à base de icaridina ou DEET, substâncias que não fazem mal às gestantes;
- Roupas claras (mosquitos geralmente são atraídos por roupas mais escuras) e que cubram partes possivelmente expostas à picadas, telas em janelas e mosquiteiros podem evitar contato com o mosquito;
- Evitar viajar para áreas de surtos e maior contágio (regiões endêmicas);
- Evitar acumulo de água. Ações de prefeituras, cuidados com a sua própria casa, conscientizar a população sobre o problema, orientar toda a sua família e vizinhos a fazerem o mesmo, podem ser medidas úteis e essenciais.
Quais são os sintomas do zika vírus ?
Os sinais da infecção pelo zika vírus podem começar a aparecer entre 3 a 12 dias depois da picada, e são semelhantes aos sintomas da dengue, embora normalmente mais brandos. Alguns dos mais comuns são:
- Febre
- Dores de cabeça, musculares e nas articulações
- Olhos vermelhos, inchados e conjuntivite
- Manchas vermelhas ou erupções na pele
- Diarreia
No entanto, a doença pode se manifestar com poucos ou quase nenhum sintoma.
Existem outras formas de contágio?
Existem relatos de contágio por relação sexual, ou seja, através do sêmen ou fluidos vaginais. Há estudos avaliando também a possibilidade de contágio por outros fluidos corporais, como saliva, urina e transfusão de sangue.
Então, posso ou não posso engravidar?
O Ministério da Saúde alerta para cuidados especiais aos casais que desejam gestação. Não e necessário adiar o desejo de engravidar por medo da doença, apenas atentar para medidas de combate ao mosquito e uso frequente de repelente no casal. Ao menor sinal de sintomas da doença, é importante procurar um centro de saúde para se excluir ou confirmar diagnóstico de zika.
Ginecologista especializada em Reprodução Humana, Endocrinologia ginecológica e Anticoncepção FMRP-USP, com mestrado e doutorado