Não é de hoje que sabemos que não existe separação entre a mente e o corpo; portanto não existe doença em um que não interfira no outro.
Se você acredita que este pensamento é atual, saiba que ele já era pregado pelo pai da medicina, o grego Hipócrates, por volta de 400 anos A.C.
Sabiamente considerava que muito mais importante do que saber qual doença uma pessoa tinha, era importante descobrir que pessoa tinha aquela doença.
Vamos falar sobre Saúde?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS); saúde é definida por “um estado completo de bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
Portanto, prevenir doenças está além das visitas anuais ao médico; de fazer exames rotineiramente; alimentar-se de maneira equilibrada; praticar atividades físicas; dormir o suficiente para descansar o corpo e permitir que o cérebro se prepare para as exigências do dia seguinte.
Manter-se saudável engloba cuidados mais profundos como, se proteger de relações abusivas, impor limites, buscar o autoconhecimento, trabalhar psicológica e emocionalmente os conflitos que surgem nas relações interpessoais.
Talvez você deva estar se dando conta que esta é uma tarefa mais difícil do que imaginava, certo? Tem razão, são muitos aspectos a serem cuidados para atingir a tão importante homeostase.
Sintoma: a metáfora criada pelo corpo.
Um desequilíbrio entre a mente e o corpo pode desencadear em um sintoma, que nada mais é do que um artifício usado pelo corpo psíquico para comunicar que algo não está indo bem e exige uma maior atenção.
Esta espécie de metáfora criada pelo psiquismo pode estar implicada com as dificuldades enfrentadas durante a vida de uma pessoa e, consequentemente, com as vivências atuais, causando um sintoma no corpo físico.
Dores de estômago, problemas gastrointestinais, enxaquecas, descontroles alimentares, insônia, dores na coluna dentre outros, manifestam que você pode estar sobrecarregada psicológica e emocionalmente.
O que você resiste, persiste…
A somatização de conflitos emocionais e problemas psicológicos geram os sintomas, ou seja, tudo aquilo que a pessoa não diz gera um grande desconforto. A mente, não suportando a pressão do conteúdo armazenado, manifesta este desequilíbrio em forma de doença.
Fazer de conta que um problema não existe, deixar um conflito sem solução, engolir mágoas e ressentimentos, não digerir uma frustração ou tristeza e esconde-las atrás de um sorriso são formas de provocar um mal estar psíquico e podem sim se transformar em um sintoma.
Freud já sabia de tudo isto.
Por volta de 1895, Sigmund Freud, o criador da Psicanálise, já provocava as pessoas que acreditavam que poderiam passar por dificuldades psíquicas e não manifestar sintomas corporais.
Afirmava que “nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca cala, falam as pontas dos dedos”. O que ele quis dizer, é que o corpo se comunica através de um comportamento, que pode ser o sintoma de uma doença.
Resistência à Psicoterapia.
Inacreditavelmente ainda existem pessoas que resistem à ideia de que é fundamental aliar a psicoterapia ao tratamento médico para resolver um problema de saúde.
A mentalidade cartesiana que cinde o corpo da mente oferece um falso conforto às pessoas que tem dificuldades em expor as suas emoções. Buscam medicações para resolver ou acalmar um mal estar que, na maioria das vezes, tem uma raiz psicológica.
Já está na hora de superarmos o preconceito de que a procura por um psicólogo seja para poucos, não acham?
Psicoterapeuta que utiliza da modalidade online , para pessoas que moram em outras cidades e estados brasileiros e de brasileiros que moram no exterior.
Psicóloga graduada pela Universidade Paulista Unip.
Com Especialização em
– Teoria e clínica psicanalítica
– Neuropsicologia
– Psicologia do Esporte
– Transtornos alimentares
-Integrante da equipe multidisciplinar do Ambulim- ambulatório dos transtornos alimentares do IPq- HCFMUSP.
– Supervisora dos terapeutas da equipe de Cãoterapia na enfermaria do Comportamento Alimentar do Ambulim- IPQ HCFMUSP.
– Pesquisadora na área dos Transtornos Alimentares do IPQ- HCFMUSP.
– Coautora do livro “Como lidar com a automutilação “ Editora Hogrefe, 2017.