Cuidar da saúde é importante durante todo o ano, mas o Carnaval é um momento oportuno para atentarmos aos cuidados da saúde sexual. Conhecido mundialmente por ser o feriado mais “sexy” do ano, é preciso pular, brincar, curtir e transar com responsabilidade para que a dor de cabeça seja, no máximo, resultado da ressaca do feriado. Independente da fantasia (seja ela um adereço ou uma fantasia sexual), não deixe a saúde de fora da folia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que, todo ano, mais de um milhão de casos de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são registrados no mundo. No Brasil,
Estes números vêm crescendo, sobretudo entre os mais jovens. Assim, vamos falar um pouquinho mais sobre isto.
Sintomas
Os sintomas das infecções sexuais são variados, dependendo da causa. Algumas ISTs aparecem como lesões nos órgãos genitais (bolhas, verrugas e úlceras), dor ou secreções vaginais ou na uretra. Mas não basta ficar atento somente a isto: grande parte delas são inicialmente assintomáticas. O HIV e as hepatites, por exemplo, são detectadas por exames sorológicos, mas os sintomas da doença podem levar meses a anos a aparecerem.
Transmissão
A grande maioria das ISTs são transmitidas, como o próprio nome diz, somente por via sexual. E não é só na hora H não, heim! Sexo oral, compartilhamento de objetos (como vibradores, por exemplo) e preliminares também podem transmitir estas patologias. Mas fiquem tranquilos: compartilhar pratos e talheres ou contato pele-a-pele não transmitem estas doenças.
Diagnóstico
Muita gente tem medo de descobrir que contraiu uma IST. Mas é sempre bom lembrar: somente o diagnóstico dar certeza; somente o tratamento pode levar à cura; e somente a prevenção pode evitar que haja transmissão ou reinfecção. Não adianta fugir: melhor descobrir e tratar quando necessário.
Existem testes rápidos para grande parte das ISTs, porém para algumas delas (como clamídia e gonorreia, por exemplo), somente uma consulta médica com histórico, exame físico (e algumas vezes exames específicos) podem ser capazes de fazer diagnóstico. Assim, é de extrema importância procurar um médico se houver qualquer suspeita de contaminação.
Tratamento
Para cada uma das ISTs, existe um tratamento diferente. Seja ele simples ou complicado, rápido ou prolongado, curativo ou paliativo, sempre há algo a fazer. Para isto, é fundamental fazer o diagnóstico correto e o mais precocemente possível.
Parece clichê, mas é real: ISTs não tem cara, jeito ou tipo físico preferencial. Qualquer um está sujeito a contrair e transmitir. Assim, é fundamental usar camisinha em todas as relações sexuais. Independente da fantasia escolhida pro Carnaval, vale a pena arrumar um bolsinho pra levar o preservativo. Desta forma, não vai ter desculpas pra não usar! E aí pode sambar à vontade!
Ginecologista especializada em Reprodução Humana, Endocrinologia ginecológica e Anticoncepção FMRP-USP, com mestrado e doutorado