Após várias solicitações de leitoras em minhas redes sociais, resolvi abordar este tema que traz muitas dúvidas e confusões, afinal de contas, quando alguém procura por uma psicóloga para iniciar um trabalho terapêutico, ela está fazendo psicoterapia ou terapia?
Psicólogos para quê?
Ao longo dos cinco anos de formação, os psicólogos aprendem teorias e técnicas científicas para trabalhar, tratar e cuidar de questões psicológicas, emocionais, psicopatológicas e intelectuais, seja em um consultório (presencialmente ou on-line), realizando atendimentos individuais ou familiares;
- Ou em ambiente escolar, trabalhando com professores e alunos;
- Ou em empresas e organizações, trabalhando com a motivação, recrutamento, ou conflitos entre os grupos e dificuldades em geral;
- Ou em hospitais, atendendo pacientes internados e seus familiares, facilitando a adesão ao tratamento que comumente geram angústias e ansiedade, cirurgias, cuidados paliativos, dentre outras situações.
Existem também aqueles psicólogos que oferecem suporte a pessoas em situações de risco, em Ongs e equipes de salvamento quando acidentes naturais e guerras nos assombram. Então, todos estes psicólogos são psicoterapeutas?
Quem são os psicoterapeutas?
Todos os psicólogos são psicoterapeutas? A resposta a esta dúvida é NÃO!
Nem todo psicólogo é psicoterapeuta. O trabalho do psicólogo que atende pessoas em consultório com o intuito de ajudá-las a resolver conflitos, promover e prevenir questões relacionadas à saúde mental através da fala, é chamado de psicoterapia.
E as outras terapias?
As outras terapias englobam um trabalho amplo, com muitas abordagens e possibilidades de intervenções, nem sempre na área da ciência psicológica, nem sempre focalizadas em trabalhar com transtornos mentais e nem sempre baseadas em pesquisas científicas.
Mas o que isto quer dizer?
Isto significa que uma conversa com uma amiga, uma caminhada em um parque, uma viagem em busca de autoconhecimento, a leitura de um livro, um trabalho voluntário, um encontro com amigos em um barzinho…tudo isso pode ser terapêutico, mas não se trata de psicoterapia, porque não são guiados à luz das teorias psicológicas, não tem o olhar científico dos fenômenos psicológicos.
Profissionais de outras áreas de atuação, não ligados à Psicologia, podem realizar atividades terapêuticas, como massoterapia, fitoterapia, musicoterapia, terapias de renascimento, terapias florais, dentre muitas, porém não utilizam teorias psicológicas.
Sabendo diferenciar uma coisa da outra.
Resumindo, existe sim diferença entre psicoterapia e outras terapias, já que o ÚNICO profissional que tem autorização e certificação do Conselho Federal de Psicologia, com um número de registro, podendo utilizar o termo “Psicoterapeuta”, realizando em seu consultório ou clínica a “psicoterapia”, é o Psicólogo.
Esta é uma atividade exclusiva do profissional graduado no curso de Psicologia, embora nem todos os psicólogos sejam psicoterapeutas. Aqueles que, por exemplo, trabalham na área de Recursos Humanos de uma empresa não são psicoterapeutas.
Os perigos em trabalhar questões psicológicas com profissionais que não são psicólogos.
Nenhum profissional graduado em outras áreas pode se intitular psicoterapeuta. Existem vários cursos de pequena duração que, irresponsavelmente, ensinam pessoas que não cursaram a graduação de Psicologia a atender pessoas em conflitos emocionais.
Estas pessoas não têm conhecimento das psicopatologias e estruturas psicodinâmicas, isto não é psicoterapia!
Fiquem atentas: abordar conteúdos emocionais e psicológicos com profissionais sem preparo para lidar com isto pode ser perigoso para a sua saúde.
Faça uma pesquisa antes e peça recomendações, é o seu bem estar que está em risco.
Psicoterapeuta que utiliza da modalidade online , para pessoas que moram em outras cidades e estados brasileiros e de brasileiros que moram no exterior.
Psicóloga graduada pela Universidade Paulista Unip.
Com Especialização em
– Teoria e clínica psicanalítica
– Neuropsicologia
– Psicologia do Esporte
– Transtornos alimentares
-Integrante da equipe multidisciplinar do Ambulim- ambulatório dos transtornos alimentares do IPq- HCFMUSP.
– Supervisora dos terapeutas da equipe de Cãoterapia na enfermaria do Comportamento Alimentar do Ambulim- IPQ HCFMUSP.
– Pesquisadora na área dos Transtornos Alimentares do IPQ- HCFMUSP.
– Coautora do livro “Como lidar com a automutilação “ Editora Hogrefe, 2017.