Ao se aproximar da casa dos 40 anos, a maioria das mulheres começa a se preocupar com a chegada da tão temida “menopausa”.
Surgem, então, muitas dúvidas referentes a este período da vida das mulheres.
Apesar de por muito tempo esta palavra ter sido associada a sinais de velhice, hoje sabemos que existe muita vida ainda além da menopausa…
Climatério e menopausa são a mesma coisa?
Não. Menopausa é a última menstruação da vida da mulher, que geralmente ocorre por volta dos 50 anos.
Por isso, só podemos dizer que ocorreu a menopausa após a mulher passar pelo menos 12 meses sem menstruar.
Desde que não seja por algum outro problema de saúde ou por uso de medicação que leve a amenorreia.
Ela acontece por não haver mais produção hormonal (principalmente do estrogênio) pelos ovários.
Em média, a mulher brasileira para de menstruar entre 40 e 51 anos.
Com a chegada da menopausa, a mulher já não pode mais engravidar de forma natural – é o fim de seu tempo reprodutivo.
Já, Climatério (ou pré menopausa) é o conjunto de sintomas que surgem perto do período da menopausa.
Nessa fase de transição, é comum que as menstruações fiquem mais espaçadas.
Podem ocorrer ondas de calor (os famosos fogachos), ressecamento vaginal, alterações de humor, queixas de esquecimento e redução do desejo sexual.
O que acontece após a menopausa?
Com o fim da menstruação, e a consequente diminuição na produção dos hormônios sexuais femininos, pode ocorrer uma série de mudanças no corpo da mulher.
- Alterações na composição corporal (com redução da massa magra e aumento da proporção de gordura corporal).
- Diminuição na densidade mineral óssea (podendo até em alguns casos evoluir para osteoporose).
- E mudança na textura da pele são geralmente os sintomas mais percebidos nesta fase da vida.
A longo prazo, pode haver uma maior propensão a doenças cardiovasculares (como infarto e AVC, por exemplo).
Pois um dos hormônios sexuais femininos, o estrogênio, exerce efeito protetor no coração e nos vasos sanguíneos das mulheres.
Com a redução na produção deste, essa proteção natural diminui.
Há como evitar a osteoporose?
A atividade física e a ingestão de alimentos ricos em cálcio ajudam a alcançar um maior pico de massa óssea na juventude, o que pode funcionar como uma espécie de reserva para minimizar a osteoporose.
Manter atividade física na vida adulta e na pós menopausa minimizam as perdas ósseas, evitando assim o aparecimento da osteoporose.
A mulher pode engravidar após a menopausa?
De forma natural, não.
Se ela realmente estiver menopausada, isto significa que os ovários dela não mais produzem óvulos.
Se este diagnóstico ainda for duvidoso (por exemplo, se ela estiver ainda no decorrer do primeiro ano após a última menstruação), aí pode até haver esta remota possibilidade.
No entanto, existem tratamentos (reprodução assistida com óvulos coletados previamente ou de doadora) que permitem que exista gestação após a menopausa.
Todas as mulheres precisam de reposição hormonal?
Não. As principais indicações para uso de reposição hormonal na pós menopausa são ondas de calor e alterações da massa óssea (como osteoporose).
Para saber se existe indicação (e se não há nenhuma contraindicação) para estes tratamentos, o melhor caminho é conversar com o seu ginecologista.
E a vida sexual após a menopausa?
Apesar dos possíveis desconfortos com o ressecamento vaginal, e também da possibilidade de redução no desejo sexual, a maioria das mulheres exercem sua sexualidade normalmente após a menopausa.
Existem inúmeros medicamentos e terapias que podem ajudar nesta fase, tanto a melhorar os sintomas de atrofia genital quanto a recuperar o desejo sexual.
Ou seja, não há motivo para desanimar!
O que devo fazer ao chegar na menopausa?
Dados do Ministério da Saúde mostram que a expectativa de vida da mulher brasileira é de 79,4 anos.
Isto significa que existe um longo caminho em nossas vidas após a menopausa. Sendo assim, é importante cuidar da saúde nesta fase da vida.
Atividades físicas, controle e adequação da dieta, manter atividades de lazer.
Consultar regularmente o ginecologista para rastreamento das principais doenças que podem ocorrer nesta faixa etária são medidas essenciais para se manter saudável.
Ginecologista especializada em Reprodução Humana, Endocrinologia ginecológica e Anticoncepção FMRP-USP, com mestrado e doutorado