“Liderança humanizada” – Insight 7- portal da Revista Exame

*Texto escrito por Luah Galvão – Comunicadora 360  e colunista do blog ” O que te Motiva” no portal da Revista Exame e Renata Orrico – Produtora executiva e empreendedora da Enjoy Conteúdo.

 

7. Liderança humanizada

Ser mais humano, pensar de forma humana, expandir valores mais humanos. Essa é uma super orientação para o momento!

 

 

 

 

 

Por mais voltada ao resultado que seja a essência de sua organização, o momento agora pede um balanço mais harmonioso entre o quesito “pessoas versus números”. Todos estão buscando obter os menores prejuízos possíveis no momento, isso é fato, mas o lado humano de sua gestão nunca esteve tão em cheque. As pessoas mais do que nunca vão querer ser tratadas como pessoas. Os limites entre o ser profissional e pessoal agora estão mais tênues. Estamos todos mais expostos, perdendo nossas máscaras profissionais, e isso é bom. As novas gerações, por exemplo, já percebem essas fronteiras como mais frágeis e vem pedindo, não só um maior balanço entre suas vidas profissionais e pessoais, como tem ingressado no mundo do trabalho de forma mais autêntica. 

Nesses tempos de quarentena, até os comentaristas dos maiores jornais televisionados do país estão transmitindo a notícia de dentro de suas casas, sujeitos às intempéries do cotidiano familiar. Todos estão mostrando seu lado mais humano, caseiro, pessoal. E o que estranhamos nas primeiras semanas, agora virou proximidade. O sentimento “agora me sinto mais perto deles” já começou a imperar. E você, enquanto líder, não está separado desse novo contexto global. Dependendo de como encarar esse momento, pode gerar elos e alianças extremamente fortes com o seu time, passando por clientes e até investidores. Não tenha medo de se vulnerabilizar. Estamos todos, sem exceção, vulneráveis. 

A vulnerabilidade conecta, como mostra a pesquisadora Brené Brown que explodiu de visualizações em sua palestra – “O poder da vulnerabilidade”, anos atrás no Ted Talks.

Além disso, várias correntes já vem mostrando o crescimento de novos conceitos de gestão, mais voltados para as pessoas do que ao resultado para os acionistas. Já falamos em insights anteriores sobre o expoente Simon Sinek em seu livro “Líderes se servem por último”, acrescentamos agora mais uma referência; o livro com título no Brasil de Empresas Humanizadas”, que traz uma grande pesquisa consolidada por 3 autores de peso sobre a humanização nas organizações. Vale muito a pena ler e refletir. Esses são estudos bastante sintonizados com o momento, e mostram que empresas que se preocupam de forma mais equânime com os seus stakeholders, tem uma alta lucratividade a longo prazo. Se sua empresa ainda não tem um viés mais humano, vale a pena buscar as prerrogativas que fazem de sua organização um ecossistema que se preocupa com todos seus stakeholders, ou melhor, toda a rede de pessoas dentro fora da sua organização – clientes, funcionários, fornecedores, comunidade e acionistas.

Outro ponto interessante: novos selos de validação para organizações mais voltadas ao bem que fazem ao mundo também vem se fortalecendo. Como é o caso da certificação das Empresas B. Esse selo é concedido as empresas e indústrias que contribuem com contrapartidas efetivas na construção de um mundo melhor. As Empresas B portanto, são consideradas as melhores empresas não do” mundo mas para” o mundo. Hoje já são mais de 3 mil organizações com esse selo ao redor do mundo. Vale a pena pesquisar.

O momento aponta para uma necessidade de revisão e mudança de paradigmas e está nas mãos dos líderes uma reorientação para um mundo onde as fronteiras estão diminuindo, o capitalismo se tornando cada vez mais consciente, a tecnologia nos aproximando. Um mundo onde a participação das organizações na construção de realidades mais sustentáveis e de um mundo menos desigual é cada vez mais observada. 

A sociedade está de olho no propósito de marcas e empresas, e está fiscalizando se as ações estão coerentes com seus propósitos declarados. Muito já está mudando e seguirá em transformação. 

Seja o líder que gostaria de ter tido em um momento como esse. Vale a pena refletir sobre isso. Seus colaboradores esperam uma liderança mais humana, e de fato esperam que sua organização ajude na construção de um mundo que até meses atrás estava em transição, agora caminha para reestruturação.

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