– O homem também fica grávido!
Quando um bebê é gerado, a mãe já começa a sentir as mudanças no corpo, alterações no apetite, no peso e nas mamas. Para o pai, no entanto, descobrir a gravidez é bem diferente; algumas vezes eles até demoram um pouco mais para processar a informação de que uma nova vida está sendo gerada.
Isso não significa, entretanto, que o homem precisa acompanhar o processo passivamente. Hoje em dia, com várias mudanças no papel homem – mulher na sociedade, é mais comum que eles tenham um papel bem mais inclusivo na gestação.
– Quais as vantagens da participação do pai na gravidez?
A principal vantagem que podemos citar diz respeito ao vínculo com o bebê e sua postura mais pró-ativa em relação aos cuidados com o bebê após o nascimento. Além disto, a futura mamãe se sente bem mais segura e acolhida.
– Como o futuro pai pode participar mais?
Ajudar na preparação para a chegada do filho (como montar o quarto do bebê), frequentar cursos de gestantes (afinal, o casal está grávido, não somente a mulher).
Participar das consultas de pré-natal (aproveitando este momento para tirar eventuais dúvidas junto ao médico), acompanhar a gestante nos exames de ultrassom (o que pode auxiliar na consolidação do vínculo pai-bebê, pois ali ele consegue realmente enxergar seu filho através da tela).
Existem também outras maneiras de demonstrar apoio:
- Ser compreensivo com as mudanças de humor da gestante,
- acompanhar nas atividades físicas e se informar de como ajudá-la a encarar os desconfortos do período gestacional.
Estas são excelentes formas de mostrar carinho, atenção e preocupação.
– E se ele não quiser participar?
Muitas vezes o futuro papai se sente excluído da gravidez. Afinal, ele não pode sentir as mudanças do corpo, o bebê crescendo e pode acabar não se conectando tanto a este momento.
Por muitas décadas, o foco da gravidez se encontrava apenas na mulher. Hoje existem até exames de pré-natal destinados ao parceiro (como sorologias, por exemplo).
Uma dica é envolvê-lo aos poucos. Tente incentivá-lo a conversar com o bebê, a sentir os “chutes” quando a gravidez já estiver mais avançada, explicar que a sua presença é importante e pode ajudar também!
– É importante o pai estar na sala de parto?
O fundamental é o apoio, e isso varia de acordo com cada casal. Muitas vezes ele pode gerar mais ansiedade do que segurança. O ideal é assistir ao parto se isto for trazer mais tranquilidade e apoio à mãe e ao bebê. Caso contrário, é melhor aguardar do lado de fora. Por lei, a gestante tem direito a um acompanhante de livre escolha durante o trabalho de parto e puerpério. Quem será este acompanhante é uma decisão que cabe somente ao casal.
– O que o pai pode fazer para ajudar no pós-parto?
Colocar em prática tudo aquilo que ele aprendeu (ou deveria ter aprendido), como dar banho no bebê, trocar fraldas, atender aos chorinhos da madrugada e apoiar a amamentação (muitas vezes um simples copo d’água para a mamãe que está amamentando é um gesto sensacional). O importante é continuar a ser companheiro!
É sempre bom lembrar que bebês não nascem com manuais de instrução. Cabe aos pais descobrirem juntos a melhor forma de cuidar e amar este bebê que está por vir!
Ginecologista especializada em Reprodução Humana, Endocrinologia ginecológica e Anticoncepção FMRP-USP, com mestrado e doutorado