Filosofia
Se viver é uma arte, bora aprender com os pais da sabedoria!
- Filosofia: a razão da existência humana que nos ajuda entender a realidade, a partir da razão (e não da emoção).
O artigo de hoje será um pouco diferente, em forma de resenha (mas terá alguns “pitacos” também) e será sobre o livro:
- A Arte de Viver de Epicteto, uma nova interpretação de Sharon Lebell – O Manual Clássico da Virtude, Felicidade e Sabedoria (vamos falar de quase dois mil anos atrás, porém, parece que foi escrito para o nosso momento atual).
Mas primeiro de tudo, quem foi Epicteto?
Epicteto foi um filósofo grego que pertenceu à escola filosófica estoica e é considerado um dos principais representantes do estoicismo. Viveu parte de sua vida como escravo em Roma. Por volta de 93 d.c, ele foi exilado junto com outros filósofos residentes em Roma, pelo imperador Domiciano.
Foi transferido para Nicópolis, na Grécia, onde abriu sua própria escola, entre os romanos que apesar do exílio, o procuraram como mestre, entre eles estava Flavio Arriano que chegaria a ser historiador de Alexandre, o Grande e que conservou os textos com ensinamentos de seu professor na obra “Discursos de Epicteto”.
Epicteto nasceu no ano de 55 na cidade Helenística de Hierápolis (na atual Turquia). Faleceu aos 80 anos na cidade grega de Nicópolis.
Epícteto acreditava que a vida é uma obra de arte a ser esculpida.
Afinal, do que se trata o livro em questão?
Através de aforismos com textos curtos, simples e diretos de como viver uma vida plena e feliz o livro, “A Arte de Viver” de apenas 88 páginas (aqui literalmente abro o parênteses do tipo, “os melhores perfumes nos menores frascos”), propõe sermos pessoas boas e virtuosas, pois para Epícteto virtudes e felicidade são sinônimos.
“Felicidade e realização pessoal são consequências naturais de atitudes corretas”.
Para os estóicos, a virtude é o único bem da vida. E viver de acordo com a virtude significa viver conforme a natureza, que se identifica com a razão, no sentido cósmico universal. O lado patológico da realidade humana é constituído pelos vícios, ilusões e pelas inclinações, consistindo a virtude na liberdade diante deles, dominando-os.
Ficamos raivosos, frustrados, angustiados, perante situações que nos independem, como se fossemos senhores plenos do mundo, enquanto somos na verdade uma minúscula peça de um gigante e imensurável quebra-cabeça da vida.
Já em outros momentos, a vida, tal como uma montanha russa ou uma balança que pende de um lado para outro, nos coloca em situações onde somos senhores repletos de poder e glória.
Quem sou eu?
“Primeiro, diga a si mesmo o que você deveria ser, depois faça o que tem que fazer”
O livro trás frases reflexivas como essa acima e propõe a aceitação da vida como ela é. Vivermos a vida, os fatos e aceitando as pessoas como elas são e não como gostaríamos que fossem, caso contrário viveremos na ilusão nos afastando da verdade e da felicidade.
“Saiba distinguir entre o que você pode controlar e o que não pode. Ocupe-se apenas do que você pode controlar”.
Podemos controlar nossa vaidade, ego, nossas emoções, frustrações e nos melhorarmos a cada dia como humanos sendo melhores no amor e na dor.
Cuidado com as influências externas
“Evite adotar os pontos de vista negativos de outras pessoas. O que faz essa pessoa sofrer não é o acontecimento em si, pois outra pessoa poderia não ser nem um pouco afetada por essa situação. O que a faz sofrer é a maneira de reagir que ela irrefletidamente adotou. Prestamos melhor serviço quando nos mantemos desapegados evitando reações melodramáticas.”
Presente x passado…
Se hoje em dia vivemos conflitos difíceis e diversos, polaridades de todos os níveis, preconceitos, desigualdade, crueldades, uns julgando os outros, uma pandemia com o Covid 19 e reclamamos que o mundo está um caos, talvez seja interessante refletirmos sobre o passado para percebermos que a o mundo está bem melhor e mais fácil de viver hoje do que antigamente.
Nós não vivemos a gripe Espanhola que matou aproximadamente 50 milhões de pessoas há cem anos (e a população era bem menor) e só lembramos ou tomamos conhecimento dela agora por conta da pandemia atual. Não vivemos a Peste Negra que matou um terço da população da Europa. Reflexão: será que daqui há cem anos quando tivermos morrido, as pessoas vão se lembrar da pandemia do Covid 19?
Evolução x consciência
Não, nós também não sabemos o que é viver na guerra como muitos dos nossos ancestrais viveram, aliás para a grande maioria de nós, nosso contato com as guerras são totalmente superficiais ou como entretenimento através de livros ou de filmes na Netflix, geralmente acompanhados com um balde de pipoca ao lado, um chazinho, etc.
Bem mais tranquilo do que sair com a simples missão de viver ou morrer (matar ou ser morto) que foi o propósito de muitas guerras.
Sim, nós evoluímos em vários setores como: tecnologia, ciência e medicina e por esses motivos o mundo está melhor, basta dar uma pesquisada no passado e no agora para comprovar. Talvez não evoluímos tanto como humanos já que os conflitos e a forma de lidar com eles parecem se repetir.
Eduquemo-nos
Acredito que o antídoto para nossa evolução humana é nos educarmos mentalmente e emocionalmente, sairmos do drama, do ego, da vaidade, sermos mais racionais e menos emocionais.
“Sermos a mudança que queremos ver no mundo”, (Marhtma Gandhi). Esse é um vírus que vale a pena propagar e contagiar. Sermos melhores humanos e isso tudo também é milenar, não é uma nova tendência de moda.
Parar de olhar a grama do vizinho!!!
Cuidemos da nossa vida de verdade como se fosse um jardim, arrancando nossas ervas daninhas, podando, aparando, nutrindo, adubando e cuidando com as verdadeiras virtudes para florescermos nos momentos oportunos e certos.
Cuidemos da nossa saúde física, emocional e mental. Vamos parar de pintar o calendário de cores nas redes sociais (mês rosa, amarelo etc), fazer mais e falar menos, isso sim é preventivo, parar de cuidar da vida do outro e cuidar da nossa própria.
O que o outro faz, fala ou pensa a meu respeito não é da minha conta, mas é da minha conta o que eu faço, falo e penso não só a meu respeito, como também à respeito do outro.
Teoricamente parece fácil e o desafio é praticarmos tudo isso, mas se quisermos a verdadeira felicidade esse é o caminho. Viver é mesmo uma arte.
Juntos somos melhores e mais fortes!!!
Encerro o artigo com o pdf do livro para quem se interessar em ler, é um livro para se ter na cabeceira como um manual de consulta.
Caso não consiga ler e queira escutar o livro através de áudios, gravei e disponibilizei no Telegram (Adriana Jarva).
Como diz uma amiga querida: “Vejo os filósofos de ontem, como nossos terapeutas de hoje”.
https://fliphtml5.com/oamk/nkqh/basic
Com amor e gratidão,
Adriana Jarva
Praticante e instrutora de Yoga. Graduada pela Inner Peace Yoga School em Utah, EUA onde moro. Durante a pandemia criei o estúdio de YogaOmLine tornando as práticas acessível para todas às pessoas, em qualquer lugar do mundo com o diferencial que é sentir sua própria essência divina.