Mídia. Complexidade é a palavra

Sempre tive dificuldade em explicar de forma simplista para minhas tias lá de Minasss o que eu faço no meu trabalho e acho que minha mãezinha morreu sem saber direito o que é a minha função dentro da minha profissão.

Ainda hoje, quando falo que trabalho em agência de propaganda, a primeira pergunta é: Ah! Então você que cria os comerciais?

Enfim, o conteúdo será dedicado a contar um pouco sobre esse profissional. Inserindo  uma parte da minha história e lógico, algumas coisas engraçadas que permeiam esse mundinho.

 

Sensualidade não. Pura técnica!

“Tudo começa com uma boa relação de afinidade. Depois, buscamos a melhor cobertura, com alto impacto e no mínimo, frequência 3 +…”

Essa frase pode ser encaixada num contexto diferente, mas acredite; para os Mídias ela pode ser o melhor resultado de uma composição técnica, toda embasada em dados de pesquisa e muito exercício para chegar na melhor programação.

Se pudesse resumir de forma simples, essa seria uma provável definição:

Ser mídia é fazer muitos cálculos e desenhos estratégicos para se chegar na melhor proposta de visibilidade para a comunicação de uma marca. Com uma análise técnica e criativa”.

Mas, sempre fica faltado alguma informação no resumo. Ou fica simples demais ou complexo demais! Ainda estou buscando a melhor forma.

 

Até a definição é complicada. Quem dirá o dia a dia.

Por que a definição e o dia a dia são complicados?

Isso também não é simples responder.

Porque a definição de Mídia deu nome à função, ao profissional, ao departamento e fica tudo junto misturado.

Sou Mídia, trabalho na Mídia, faço planos de Mídia e coloco a marca dos meus clientes na Mídia.

O universo midiático abrange diversas plataformas, onde tudo pode acontecer.

São diferentes canais, formatos e conteúdos, que podem compor a brincadeira.

Quando falo canais, me refiro a caminhos dentro dos meios de comunicação, que envolvem as TVs, Rádio, Jornais, Revistas, Cinema, OOH (out of home) e Internet, e não apenas aos canais de TV. Ou seja, é um universo gigante de possibilidades.

O Mídia precisa ser um grande técnico, conhecedor de todas as variáveis, negociador, vendedor, criativo, psicólogo (para entender o consumidor, clientes e veículos) e muito paciente para lidar com tudo isso.

Bastidores do dia a dia 

Nem só de brindes e ingressos de cortesia vivem os Mídias!

Muitos acham que essa profissão se resume a brindes, viagens e ingressos de cortesia.

Se fosse simples assim, o Mídia não teria um dia especial dedicado a ele, dia 21/Junho.

Dia que é muito bem comemorado, porque quem conhece mesmo, sabe da importância que ele tem.

Tem até um santo. O Santo Mídia, por tantos milagres que consegue fazer.

O Mídia precisa atender o cliente, atender os veículos, atender os outros departamentos da agência, atender telefone, responder e-mails, analisar as propostas, ir à festas e eventos do mercado …e quando sobrar tempo, fazer os planos de mídia, que serão altamente questionados por todos e com revisões que podem chegar a casa dos 3 dígitos!

Por isso se alimentam tanto de pizzas, varando as madrugadas na agência!

Sobre a reprodução, melhor não comentar nesse artigo.

 

Um pouco de história, by Wikipédia;

“No Brasil, o termo mídia, vem do Latim “media”, significa meios, designa a função, o profissional, a área, o trabalho de mídia ou o ato de planejar, desenvolver, pensar e praticar mídia, nas agências de publicidade.

Isto aconteceu porque até o final da década de 1960, nas agências de publicidade, a área era chamada de “departamento de media”, com a grafia inglesa. E eram comuns brincadeiras jocosas que as pessoas faziam misturando “trabalhar em media”, com a expressão pejorativa “fazer média”.

Ainda bem que mudaram o nome, pois o que não cabe na Mídia é fazer média, uma vez que sua responsabilidade em gerir as verbas dos clientes é gigante e a cobrança por resultados, maior ainda.

 

Minha história, minhas alegrias.

Início da década de 90. Caí na mídia quase que de paraquedas, sem saber direito o que era e odiando matemática.

Mas, foi a queda mais feliz e sortuda que poderia ser.

Estar no departamento de Mídia de uma das agências mais conceituadas do país, a DPZ,  não poderia ser um início melhor.

Trabalhar com profissionais feras e figuraças que me ensinaram muito e me fizeram dar muitas gargalhadas, foi um grande presente da vida.

Isso me fez entender e me apaixonar pela Mídia.

Na DPZ, datilografei muitos planos de mídia. Isso mesmo. Datilografei! E fui a primeira assistente a usar um computador para digitar um plano de mídia.

Lógico que deu tanto pau que metade foi digitada e a outra, datilografada. Mas, foi um grande feito fazer o 1º plano de mídia neste formato.

Só boas histórias e alegrias nessa época feliz na DPZ. Ganhava pouco, mas me divertia muito!

 

Talent. Um presente maior ainda.

Após 3 anos de DPZ, parti para começar minha história no Grupo Talent.

Começando pela Detroit, que mudou de nome para Talent Biz, depois passou a ser apenas Talent e agora, Talent Marcel.

São décadas de história, tendo um intervalo de 9 meses, vividos na Almap/BBDO, também com profissionais incríveis e um aprendizado que só me jogou para cima.

Voltei para a Talent e acho que não preciso dizer que minha história até aqui é um grande livro, cheio de capítulos felizes, interessantes, intrigantes, com muitas conquistas, vendo gente chegar e partir. E sempre fazendo planos de mídia e amigos!

 

Um capítulo mais que especial!

Um lindo capítulo pode ser dedicado ao Julio Ribeiro, maior referência profissional que um publicitário poderia ter e que junto com seus sócios, foram grandes exemplos de ética, profissionalismo e generosidade para mim. Ou melhor, para muitos.

Sempre afirmo com todas as letras que, crescer profissionalmente com a Talent foi um dos grandes presentes que a vida me deu.

Tenho certeza que a generosidade do universo permitirá que o capítulo final desse livro seja escrito com toda alegria, profissionalismo e respeito.

Assim como começou!

 

Uma festa que está acabando…

Ouvi outro dia de um amigo; “A publicidade é uma festa que eu cheguei às 3h da madrugada”!

É verdade…tudo que era muito bom está acabando.

Mas, que sorte a minha. Junto com muitos amigos tive o privilégio de chegar perto das 23h00 nesta festa e ainda aproveitar muitas coisas boas.

Uma delas, foi a parceria sincera entre mídia, veículos e clientes.

Tenho amigos que me acompanham desde o início e a certeza que vou levar para toda vida, mesmo não tendo feito muitos negócios na mídia.

Isso sim, é um projeto valioso que não pode ser comercializado.

 

Vem coisa nova por aí:

Tudo está mudando. Isto é fato.

Estão mudando os padrões de comportamento; as fórmulas de mídia; as ferramentas de trabalho; os conteúdos e os mecanismos de remuneração.

Um novo mercado publicitário vem aí, junto com novos profissionais e seus diferentes perfis.

Ainda está em formação.

Espero apenas, que neste novo mundo, todos sejam tão felizes e mantenham os padrões de ética e profissionalismo criados pela geração anterior, o que ainda terá muito valor.

 

Com esperança de dias melhores sempre… deixo um beijo!

Fabiana Maia

Ƹ̴Ӂ̴Ʒ A vida sempre em transformação.