Somos bem mais valiosos que pensamos!

É Big, É Gigante Mesmo

No artigo anterior prometi que falaria um pouco mais sobre o Big Data.
Então, como promessa é dívida, aí vai.

 

Rastros Preciosos

 

Toda a movimentação no mundo digital, vai deixando rastros.
E esses rastros, viram informações essenciais, negociadas a preço de ouro com as marcas.

 

E também, todas as informações que fornecemos ao preencher algum cadastro vão dizendo para as pessoas quem somos, o que fazemos, do que gostamos, enfim, tudo que pode ser importante para nos transformar em um potencial consumidor de
determinado produto ou marca.

 

O Que São E Como Nos Tornamos Clusters ?

Diversas empresas de tecnologia trabalham com nossos dados, coletando, organizando armazenando e vendendo no mercado publicitário.

E muitas delas são categóricas em afirmar que todos os dados coletados não são analisados isoladamente, como uma informação particular nossa, e sim, em um pacote de pessoas com o mesmo comportamento, o qual na publicidade denominamos Clusters.

Ou seja, um grupo de pessoas que tem características similares em perfil e comportamento e vai compondo os blocos que são trabalhados para receber as mensagens publicitárias.

Assim, podemos ter os clusters de mulheres que são mães, pessoas que praticam esportes, homens que curtem moda, etc…

 

Neste Movimento Vai sendo Construído O Famoso Big Data!

 

O grande banco de dados gerados que contém diversas informações nossas e estas, por sua vez, vão sendo cruzadas com o nosso hábito de navegação e assim, gerando um belo alvo a ser atingido pela publicidade.

 

É aqui que atuam os algoritmos, que vão criando as correlações com seus dados, cruzando com algumas variáveis e logo, colocando você em caixinhas específicas para serem usadas em momento oportuno.

 

Segundo o IBGE, são 116 milhões de brasileiros conectados a internet *.

Portanto, um grande número de pessoas que contribuem para essa composição.

Um exemplo de uma das aplicações mais simples; Eu, quando acesso a internet, por uma simples tecnologia, os sites que navego já sabem que sou uma mulher, de mais de 40 anos (opa! declarei a idade! ) e moro na região do Butantã. Para completar, pesquiso sobre cabelos cacheados.

Nesse momento, por exemplo, já posso entrar no grupo potencial para a Unilever me enviar publicidade de produtos destinados a esse tipo de cabelo.Pode ser nesse exato site ou depois, em algum outro que eu navegar mais tarde.

E a publicidade também pode vir de diversas formas; em banners, vídeos, email e até, no celular.
Tudo depende do tipo de informação que eu forneci para os sites ou aplicativos que utilizo.

O objetivo é que a mensagem se torne mais assertiva, vendendo para um público potencial, evitando assim, o desperdício de dinheiro. Por isso, as marcas que querem nos atingir pagam bem por isso.

Retargeting ou Remarketing

Uma das formas de fazer esse contato, em linguagem técnica, se chama retargeting ou remarkentig. É quando pesquisamos sobre alguma coisa e esse conteúdo fica nos perseguindo dias e dias, mesmo após já termos comprado o produto.

Não é um sinal divino. É pura tecnologia! E as vezes, ela não é tão inteligente assim, pois pode continuar oferecendo um produto que já compramos ou nem queremos mais saber.

 

Aparelhos Espiões!

 

Falando em tecnologia, há especulações até de que alguns aplicativos ou funções do nosso celular. Como a Siri por exemplo, ficam ouvindo nossas conversas o dia todo e assim, armazenando informações do comportamento, algo que comentamos, que temos interesse e logo menos, receberemos um conteúdo relativo a isso.

Vamos As Pesquisas e dados

Pesquisadores da Northeastern University, universidade de Boston (EUA), resolveram estudar o tema por um ano, por considerarem que nossos celulares são microfones abertos, expondo toda nossa movimentação diária.

A proposta da pesquisa era averiguar se algum deles utilizava o microfone sem avisar os usuários.

Eles fizeram o experimento com mais de 17 mil apps populares e a conclusão foi de que não há indícios evidentes de que usavam o microfone para gravar ou enviar áudio sem a atuação do usuário.

Porém, a conclusão não é 100% segura, pois alguns dos aplicativos pesquisados tiveram uma performance indevida.
Portanto, ainda devemos ficar atentos.

 

Perseguindo O Alvo!

 

 

Na Mídia, há diversas formas de fazer uso desse imenso e valioso banco de dados.

 

 

Quando pensamos em uma ação via celular, uma vez que tecnologia permite saber nossa localização específica e acompanha nosso movimento diário, é possível enviar uma mensagem quando estivermos em uma determinada região, para ir até uma loja próxima e aproveitar uma oferta especial, por exemplo.

E ainda, há outra tecnologia que permitem cruzar quem recebeu a mensagem e foi até a loja.

E aprofundando mais, se esta loja tiver um link com a empresa que fez a mídia e possibilitar fazer um cruzamento do banco de dados, poderá saber sobre todas as pessoas que receberam a mensagem e realizaram a compra.

O interessante é que você não precisa estar usando o aplicativo para que ele saiba sua localização. Muitas vezes, só por ter instalado, a tecnologia do aparelho permite identificar sua movimentação.

Para evitar isso, é preciso estar atento se a permissão de localização para cada um dos APPs do seu aparelho está ativada. Caso contrário, você deixará seu rastro em todos lugares.

Quem Poderá Nos Proteger?

Se você se sentiu incomodado com tudo isso, com seus dados sendo usados dessa forma, fique tranquilo. Após a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), muita coisa vai mudar.

A lei nacional, que foi baseada na lei europeia (GDPR) foi sancionada neste mês de Agosto e tem o prazo até Fevereiro de 2020 para estar totalmente respeitada.

Até lá, as empresas que trabalham com dados de pessoas, em qualquer dimensão, terão que se organizar para atender toda as exigências da lei, que tem os princípios baseado em 3 pilares:

  • Licitude, transparência e lealdade. Enfim, uma responsabilidade total sobre a coleta, uso, armazenamento com segurança e compartilhamento.
  • No que tange a transparência, toda empresa que coletar seu dado será obrigada a informar porque está coletando, qual uso fará e você, pode autorizar ou não. Portanto, é só aguardar para que todos se organizem e a nova lei nos favoreça com mais transparência e segurança.
  • E o BIG DATA, seja mais estruturado e organizado, respeitando os direitos de cada um. Enquanto isso, vamos continuar sendo cuidadosos com a informação que fornecemos.

E O Que É Mesmo Que Tem Valor?

 

Realmente somos bem mais valiosos, não só por toda essa movimentação rica do big data, mas por sermos o centro de tudo, cada um com sua importância, movimentando o mundo.

 

Sem o ser humano nada faria sentido, muito menos, teria valor!

Com esperança de dias melhores sempre… deixo um beijo!

Fabiana Maia
Ƹ̴Ӂ̴Ʒ A vida sempre em transformação.

*Nota: Fonte: IBGE 2016, fechamento da pesquisa. Mas, é certo que esse número já foi
superado, devido ao aumento de acessos da classe CD via celular.